A BELEZA DAS COISAS QUE JÁ SAÍRAM DE MODA
sobre crocs, casacos da GAP e abraços disfarçados de looks antigos
tem dias em que não vem.
nem o texto, nem a ideia genial, nem mesmo a vontade de abrir o computador e ser vulnerável.
é só o silêncio… e um desejo inquieto de permanecer assim.
hoje é um desses dias.
e por mais que eu tente começar essa coluna de outro jeito — com charme, com provocação, com alguma metáfora inteligente — a verdade é que o único começo possível é esse aqui:
hoje não tá fácil.
e nem os últimos dias foram.
encerramentos de ciclos não costumam ser as coisas mais tranquilas do mundo, e terminar mais um semestre da faculdade sozinha tem sido uma das coisas mais difíceis pra mim.
mas talvez seja justamente nesses dias que a gente mais precisa aparecer.
não com a melhor versão. não com a mais criativa.
mas com a que existe.
a que escreve mesmo sem querer.
a que aparece mesmo sem saber o que dizer.
então aqui está.
uma coluna sem grandes viradas, sem tese central, sem moodboard de referências.
só eu. escrevendo. porque, ainda assim, eu continuo aqui.
os últimos dias, como já deu pra sentir, não foram exatamente leves.
mas me peguei fazendo um movimento interessante. e nada proposital.
sem perceber, usei meu casaco da GAP: aquele que eu não vestia desde o ensino médio.
e nos pés? minha Crocs, esquecida há anos no fundo do armário.
hoje, escrevendo isso, entendi o gesto.
foi simplesmente a Claudinha de 22 anos tentando se apegar a algo que remetesse ao conhecido, ao confortável, algo que dissesse, mesmo sem falar nada:
"vai ficar tudo bem. você já passou por isso uma vez, você sabe o que fazer. ”
e, claro, ela não poderia recorrer a outra coisa além da moda pra isso.
naquele dia, ela encontrou a Claudinha de 15. aquela que era viciada em Crocs e casacos da GAP.
e sem perceber, eu me senti um pouco mais feliz.
vestindo duas peças que, um dia, já me fizeram encontrar a mim mesma.
e sabe o mais legal de tudo?
naquele dia, meu namorado também usou seu moletom da GAP.
coincidência? talvez.
mas pra mim, foi só mais uma prova de que o amor aparece nos pequenos detalhes.

e por essas e outras, eu sigo dizendo:
moda nunca é só roupa.
moda é o jeito mais bonito que eu conheço de lembrar quem eu sou.
ou, às vezes, quem eu fui aos 15.
e que essa versão de mim ainda sabe aparecer — e desfilar por aí — numa segunda feira qualquer, quando eu mais preciso, e com muita coragem.
com amor (e um pouco de cansaço),
Ludoboss. <3
engraçado como a gente adora julgar o que um dia vai acabar amando, né?
esses dias eu tava aqui, julgando horrores as Crocs… e ontem? lá estavam elas no meu pé, como se nunca tivessem saído.
acontece.
mas calma, Ludos. ainda tenho meus limites.
não tô dizendo que vou pendurar um Labubu na bolsa.
só tô dizendo… nunca digam nunca. vai que o delírio coletivo te pega no dia errado. rs.
1. vício da semana:
nova temporada de And Just Like That…
ok, mas por que não lançaram todos os episódios de uma vez?
vou surtar de abstinência emocional. isso é desumano.
2. desejo fashion (obsessivo): Fendi Baguette
com o retorno de Carrie Bradshaw nas telas, seria pedir demais o retorno de uma Baguette no meu armário?
tô a um impulso de parcelar em 12 vezes. help.
3. repeat: All Night - Beyoncé
no final das contas… sempre é muito leve conversar com vocês, Ludos.
obrigada por estarem aqui, mesmo nos dias em que nem eu sabia o que dizer.
até a próxima semana.
com amor,
Ludoboss.